40 DIAS COM O ESPÍRITO SANTO – DIA 23

Dia 23- O Espírito Santo, usando pessoas, escreveu a bíblia.

04 de Maio de 2018 – Sexta-feira

 

TODA A ESCRITURA é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na Justiça (2Tm 3.16-NVI).

“Pois jamais a profecia teve origem na vontade humana, mas homens falaram da parte de Deus, impelidos pelo Espírito Santo”(2 Pe 1.21-NVI).

O que você crê sobre a Bíblia é absolutamente crucial para sua vida espiritual. Sempre e quando você crer que as Sagradas Escrituras são a Palavra de Deus, você poderá estar protegido de heresias (erros teológicos). Heresia é uma palavra que não ouvimos muito nestes dias. Hoje, é cada vez mais comum pensar que a exatidão teológica é de pouca importância. Errado. Ela nunca foi tão importante na história da Igreja Cristã como é hoje. Nos anos anteriores a 1950, emergiu e expandiu amplamente, após aquela década, um pensamento de viés teológico, nos Seminários e Universidades da Europa, chamado neo-ordoxia, a “nova” ortodoxia. Seus defensores eram homens como Karl Barth, Emil Brunner, Paul Tillich e Rudolf  Bultmann. Eles soavam e pareciam bem consistentes – no começo. Muitos jovens estudantes se encantaram com os seus ensinos. Eu mesmo flertei com a ideia por algum tempo. Fui aluno de professores que abraçaram a neo-ortodoxia. Deus, em sua misericórdia, impediu-me de sucumbir. Um dos meus professores morou na casa de Brunner (que residia em Zurique, Suíça) e, diariamente, levava anotações de Brunner a Barth, que residia em Basileia – Suíça. Uma das premissas da neo-ortoxia é de que a Bíblia “contém” a Palavra de Deus, em vez da Bíblia SER A Palavra de Deus, ou seja, a Bíblia “contém” palavras de Deus, mas NÃO É “A”  Palavra de Deus.

Eu vi o passo a passo do efeito deste ensino na vida dos que o absorveram. Um típico cenário foi este: eles primeiro foram atraídos a Barth ou Brunner. Eles passaram de Barth para Tillich – o existencialista que chamava a fé de “preocupação última”. Ele ensinava que você poderia ser um ateu e ainda ter fé, porque Deus era o “o fundamento de todo ser”. Eles, então, passaram de Tillich a Bultmann, quem dizia serem “mitos” os milagres relatados na Bíblia. E, então, determinavam na “teologia do processo” , a noção de que a verdade não é um corpo de proporções imutáveis de proposições, mas continuadamente mutável: que Deus nem ao menos conhece o futuro, mas é “enriquecido” pela criação e espera por nossas contribuições com o intuito de saber o que fazer em seguida. Sim, eu vi estudantes que sempre assumiram que a Bíblia é a verdade irem para o seminário e terminarem desiludidos com uma formação “enganosa”. Eles se tornaram “teólogos” liberais sem esperança ou abandonaram o ministério inteiramente. Isso faz chorar. Quando você ouve casos de pessoas que adotaram o “teísmo aberto” (teologia do processo com roupagem evangélica)  e o “universalismo”, o qual afirma que, no final, todos serão salvos e ninguém irá para o inferno, fica visível quão difundidas estão essas ideias hoje. Tudo isso nos leva de volta à questão essas ideias hoje. Tudo isso nos leva de volta à questão da sua “visão” e entendimento sobre as Sagradas Escrituras, a Bíblia, e o comprometimento com a Sua Revelação.

João Calvino de à Igreja o ensino do “testemunho interno do Espírito Santo”. Isto é, como você saber que a Bíblia é a Palavra de Deus. É o Espírito Santo quem testifica em seu coração que a Bíblia é absolutamente verdadeira.

Com isso, também, estava o ensinamento muito importante da “analogia da fé”, baseada em Romanos 12.6 (analogia, geralmente traduzida como “proporção”). Devemos profetizar ou ensinar de acordo com a “proporção” de nossa fé. Isto significa comparar a Escritura com a Escritura e manter-se na Escritura. Dessa forma, somos capazes de descobrir quão maravilhosa e consistente é a Bíblia (cf 1 Co 2.6-16).

Quando fui ordenado ao ministério pastoral, o Dr. N. B. Magruder me perguntou: “O que é mais importante, o testemunho externo ou interno, quando se trata de saber que a Bíblia é a VERDADE?” Resposta: o testemunho interno. O “testemunho externo” se refere ao que pessoas dizem acerca da Bíblia: ´por exemplo, os arqueólogos ou profissionais da CRÌTICA BÌBLICA, particularmente os pesquisadores profissionais Críticos do Novo Testamento. A única rota segura é o caminho do Espírito Santo.  O testemunho dEle o habilita para que você nunca seja enganado estando convencido pelo Espírito Santo em seu coração, diante de TODAS as evidências de que a Bíblia é verdadeira e digna de confiança. Eu posso lhe dizer que nunca teria tido êxito como um expositor das escrituras, ao longo dos últimos sessenta anos de pregação, se eu não estivesse totalmente convencido de que cada palavra das Escrituras é verdadeira e deve ser levada com extrema seriedade. Foi isso que me salvou de me tornar um liberal.

A visão das Escrituras que os apóstolos Paulo e Pedro tiveram era a mesma que Jesus tinha, isto é, a de que o Espírito Santo escreveu o Antigo Testamento. Jesus perguntou aos fariseus (uma questão à qual eles não puderam responder): “Então, como é que Davi, falando pelo Espírito, o chama [Cristo] ‘Senhor’? Pois ele afirma: ‘O Senhor disse ao meu Senhor: ‘Senta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo de teus pés’. Se, pois, Davi o chama ‘Senhor’, como pode ser ele seu filho?” (Mt 22.43-45-NVI com ênfase do autor). Minha consideração é: Jesus disse que Davi foi capaz de escrever como o fez, porque o Espírito Santo –  em 1000 a.C. – o capacitou para escrever assim. E, como vimos anteriormente, esse foi o testemunho da Igreja do Primeiro Século. Quando perseguidos, eles oraram ao Senhor e disseram: “Tu falaste pelo Espírito Santo por boca do teu servo, nosso pai Davi: ‘Por que se enfurecem as nações, e os povos conspiram em vão? (At 4.25 – NVI com ênfase do autor).

Mais um fato nesta conexão: o cânon das Sagradas Escrituras  (ou seja, os Livros que compõem as Escrituras) está fechado. É final. Absoluto. Incontestável. É a Revelação completa e final de Deus. Nenhuma palavra que vier no futuro será igual à Bíblia em nível de inspiração. Isso significa que qualquer “liderança de projeção”, palavras proféticas, palavras de conhecimento, ou visão que alguém possa ter hoje, sendo verdadeiras, devem ser coerentes com as Sagradas Escrituras e serem filtradas a partir delas (1 Co 14.29). Se não forem, devem ser rejeitadas. A principal razão por que o Rei Saul se tornou o “homem de ontem”, sendo rejeitado pelo Senhor, é porque pensou que estava acima da Palavra de Deus. (Há um capítulo no livro do autor “Fogo Santo” que trata amplamente deste fato- publicado pela Faz Chover Editora). Quando Saul ofereceu o holocausto, sabia que estava indo contra a ordem dada através de Moisés de que somente o Sumo Sacerdote, chamado por Deus, poderia oferecer “o holocausto” (cf. Lv 1 a 7). E inda assim, Saul alegou ter sido “forçado” a fazer o que fez (1 Sm 13.12). Sempre que alguma pessoa alega falar em nome do Senhor Deus, afirmando: “Assim diz o Senhor” ou “Assim me disse o Senhor” – e o que é dito vai contra as Escrituras, você pode segura, confortável e consistentemente rejeitar a palavra dessa pessoa, não importando quão famosa ou confiável ela possa parecer ser!

O Espírito Santo assume a responsabilidade pela autoria da Bíblia. Ele usou pessoas, certamente. Mas, de fato, o Espírito Santo é o responsável. O mesmo Espírito Santo pode falar hoje em vários níveis. Porém, nenhum nível de inspiração será igual à inspiração da Bíblia-Jamais.

Para ampliar seu estudo e crescimento: João 5.39-47; Atos 4.24-31; 2 Timóteo 3.15; 2 Pedro 1.21; 1 Coríntios 2.

Bendito Espírito Santo, agradeço-Te pela Bíblia – a infalível Palavra de Deus. Obrigado por tê-la escrito – usando pessoas. Por favor, habita em mim em medidas sempre crescentes para que a Tua Palavra seja mais e mais real para mim. Em nome de Jesus, amém.

(Texto Extraído do Livro “40 Dias com o Espírito Santo – Andando Diariamente com o Espírito Santo- Uma jornada para experimentar Sua presença de uma maneira fresca e nova” – R. T. KEDALL)